segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Não estamos livres

Há alguns anos, o filme 'A Onda', para mim, era distante. Uma vez, uma amiga me falou sobre a versão dos anos 1980, que nunca tive a oportunidade de assistir. Recentemente, foi lançada uma nova versão: desta vez, da Alemanha - a primeira foi filmada nos EUA. E o filme trata sobre a experiência de um professor que utiliza métodos de controle social para criar uma ditadura entre os seus alunos. O problema é que a coisa foge do controle e o que era para se resumir entre quatro paredes - a sala de aula - toma proporções sociais graves, que vão do vandalismo à violência física. A discussão é sem meias voltas: estamos livres de novos regimes ditatoriais? A resposta é direta: não, não estamos. E mais: cada um de nós guardamos em nossa essência desejos que, se estimulados, tornam-se fascistas. 'A Onda' é um alerta sobre a importância da História como disciplina elementar para entendermos o que nos tornamos e o que precisamos defender para que não seja, novamente, usurpado de nossas vidas. Liberdade, democracia, direitos civis... enfim, não dá para trabalhar com relativismos quando esses pilares são colocados em risco.


"Há urgência em estar vivo!" (Deadfish)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Em Campanha!!!

Os alunos do sétimo semestre de Rádio e TV da Unimep me deram um oportunidade de exercitar minha capacidade de pedir votos. Explico: enviamos (Mazzaropi Contra o Crime) duas músicas para concorrer no Festival Interferência e ficamos numa espécie de repescagem, onde precisamos convencer amigos e fãs (?) para que votem em nós. Estamos bem até o momento. Começamos atrás da Patrícia Moreno e, agora, na última parcial estávamos com 29 votos a frente. Mas, independente da vitória (espero que seja nossa, evidente), há nesta prática, pedir votos, uma coisa que chega a ser até meio "animal". Explico de novo: enquanto o momento da votação não passa, simplesmente não dá para pensar em algo além do que conquistar os votos necessários. E penso: quando candidatos pedem votos, eles realmente pensam naquilo que falam em campanha? Como é apenas um festival de música, com muita importância para nós porque temos a possibilidade de divulgar o nosso trabalho, não precisamos fazer promessas mirabolantes para convencer os nossos eleitores. Mas no caso de um político, a coisa é diferente, está ligada a uma convenção muito mais complexa e cheia de variáveis. Mais uma vez, explico: entrem em http://festivalinterferencia.blogspot.com e votem em nós!!!

EU ODEIO... candidato de carreira.


"And now the end is near" (My Way, na versão de Elvis Presley)

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Oh, morte...

Tem uma música do Raul Seixas, "Canto para minha morte", em que ele fala da dita cuja. "Oh, morte, tu que és tão forte...". É uma canção sombria, em tom menor, chega a dar medo se escutada no escuro, nas altas horas da madrugada - como nessa em que escrevo esse post. E na morte do João Herrmann Neto, domingo, 12, de "uma hora para outra", não tive como me esquecer desta letra magnífica do eterno Raulzito. "Qual será a forma da minha morte?", ele pergunta, e sugere: "Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...". E, parece-me, a morte de João Herrmann, deputado federal e ex-prefeito de Piracicaba, amigo do meu pai e, por que não?, meu amigo também, de certa forma, foi um pouco esse "escorregão idiota" que não estava nos planos. Sempre tive medo dos abraços e tapas nas costas que o João Herrmann costumava dar, tamanha era a saúde dele. Eram tapas fortes, quase doídos, os quais era preciso estar de bom humor para não dizer, "pô, João, puta tapa". Mas como ele sempre foi alguém muito espirituoso, do tipo da pessoa que enche o recinto, tinha mil e uma histórias para contar, era fácil ficar de bom humor perto dele. Evidente, ele tinha lá suas manias e suas ideias, muitas delas eu discordava e discordo totalmente, mas, sem dúvida, foi uma pessoa magnifíca e deixou uma obra respeitável. Viveu sempre entre o brilhantismo e a loucura; e, por muitas vezes, era quase impossível identificar uma ou outra coisa. Sem dúvida, ele foi antes da hora.


EU ODEIO... essa mania, agora, de ficar colocando torcedor lado a lado, de frente para TV, para assistir jogos de seus times juntos; é uma babaquice sem tamanho...



"Eu vendi minha alma ao diabo porque precisei de dinheiro para comprar minha fé em Deus". (Essa frase é minha. Sinceramente, não achei ela grande coisa, apenas um pouco engraçada, e postei aqui porque, afinal, esse blog é ateu, porra!)

domingo, 29 de março de 2009

Saga das senhas sagazes

Computador nunca foi o meu forte. Lembro da dificuldade em mexer no Windows 3.1, e nunca me imaginei um programador na plataforma DOS. Enfim, nunca fui bom nesses coisas. Falta de talento mesmo. Só mexo no que é necessário. E leia-se "necessário" como algo para não passar de alfabeto digital. Faço o que 'manda' a regra geral: um blog, MSN, e-mails e, agora, tenho até twwitter, que ainda preciso entender melhor como funciona e qual a sua funcionalidade. Mas caminho a passos largos, baseado em meus passos, evidentemente, no que diz respeito à computador e as suas variáveis dentro da WEB. Mas se existe algo que não me dou bem é com as marditas senhas que preciso lembrar a cada página que acesso. Depois que o pessoal do Orkut negou a minha senha de lá, e desde então não voltei a frequentar àquelas bandas, eu passo por uma crise de identidade em relação às minhas senhas. Esquecimento é sempre comum. Para o Blogger, onde está o meu Blog, tive que tentar três vezes -- isso mesmo, confundo umas com as outras. Penso até fazer uma agenda de senhas, algo neste sentido. Não sei se vai resolver, mas vai me ajudar a ver o tamanho do estrago que elas fazem na minha cabeça. A saída mais viável é utilizar o Mozzilla como navegador e solicitar a memorização das minhas senhas. E ponto final. Não vou envolver mais ninguém nesta história.

EU ODEIO... pagodeiro.


"Só onde a unidade humana for livre, a coletividade humana pode ser consciente" (Ruy Barbosa)

sábado, 10 de janeiro de 2009

Lula lá não lê jornais

Acompanhei, primeiro a distância, depois mais de perto, a "polêmica" sobre o hábito do presidente Luis Inácio Lula da Silva, que não lê jornais ou revistas, nem assiste telejornais, para se informar. Eu realmente acho exagero exigir do presidente da República uma leitura atenta e diária da imprensa, como se isso realmente fosse fazer a diferença em suas decisões. Clippings, assessorias e assessores estão aí justamente para isso, e não só para o presidente, mas governadores e prefeitos. O "não hábito", porém, virou polêmica porque desde que entrou na Presidência, Lula é visto como alguém desprovido de lirismo, como uma espécie de Homer Tupiniquim, do tipo que é meio bobão, mas carismático (e, por isso mesmo, seria bobão). Só que ao ler na íntegra a entrevista que o presidente concedeu a Mario Sergio Conti, autor da reportagem na revista piauí, onde Lula confessou seu hábito, é possível ter uma visão de um Lula conhecedor da imprensa, e dos seus meandros, tanto para o bem quanto para o mal. Principalmente quando diz "o fato tem que ser a razão da imprensa de existir". Parece óbvio, mas não é, necessariamente. As ponderações que o presidente fez acerca da dificuldade da imprensa no geral em se corrigir, ou ainda, se desculpar, são todas cabíveis e precisam ser digeridas sem rancor. Gostemos ou não, se existe uma qualidade que a imprensa não tem é humildade em aceitar que errou e ser justo para se desculpar.

EU ODEIO... exotéricos.


“A religião é vista pelas pessoas comuns como verdadeira, pelos inteligentes como falsa, e pelos governantes como útil”.(Seneca)

domingo, 4 de janeiro de 2009

Crise, credo!

É inevitável e, por isso, é chavão, lugar comum, enfim. Ano novo, e não falar da crise financeira global é como esquecer de cumprimentar o anfitrião em sua própria casa. Por todos os lados, mídias, impressa ou eletrônica, a crise está como assunto que ficou de 2008 e que continuará em 2009. A crise financeira tornou-se, só ela, em praticamente o que ficará deste ano que passou. O que é, sem dúvida, um tremendo exageiro. Mas não é a crise financeira que me preocupa em 2009. Sinceramente, está em baixa nas minhas prioridades. Embora na minha lista, ganhar dinheiro esteja no Top 5, a crise está lá embaixo, como algo relevante. Não que seja estúpido em não entender os dedobramentos dessa coisa toda sobre as nossas cabeças e bolsos, mas é que essa crise, embora seja inédita do ponto de vista da magnitude, é mais uma crise que, creio, em 10 anos será apenas objeto de monografias mundo afora. Creio piamente que a crise, uma hora ou outra, de um jeito ou outro, passará. Mas há coisas que estão aí e que não são tidas como crises porque não são instabilidades, e sim uma normalidade, estúpida, mas uma normalidade. E é isso o que realmente me preocupa para 2009. A normalidade estúpida. As besteiras ditas como regras, verdades, sem fundo de investigação, informação e definidas a partir de conceitos preguiçosos sobre o homem. Essa crise vai além, é a crise da curiosidade, da vontade de aprender, isso sim é crise, vá saber quando passará. A crise financeira poderia contribuir para ela passar. Mesmo que dure anos, não será suficiente para tirar a estupidez humana da crise.


EU ODEIO... assistir televisão entre o Natal e as voltas às aulas.



"Mardita mijada" (Ariosto, personagem do livro O Velho Bagaço, depois de perder uma fazenda em uma partida de pôquer. Detalhe: ele ficou sabendo dela, da partida, quando foi dar uma mijada num simples hotel do interior paulista)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Era dos fins

Acabei de passar pelo site do meu amigo Rodrigo Alves (www.dandonota.wordpress.com) e, lá, tem um post que cita matéria da Revista Bravo! sobre o "fim da Madonna". Eu não li a matéria -- como deixei explicado em meu comentário no site -- mas o tema me despertou para discorrer sobre esse momento por qual passa a sociedade, que aqui chamo de "Era dos fins". Parece-me, há um modismo a respeito de que tudo irá acabar, e algo novo está para começar. Ouço isso, na verdade, desde que me conheço por gente, porém a afirmativa tem sido mais apregoada nos últimos tempos, se intensificou com a internet. Pois bem. Do jornal impresso ao petróleo; da Madonna ao casamento. Tudo está prestes a acabar. Existe, sim, esse modismo. E coloco uma hipótese. Toda transgressão tem um inimigo comum; às vezes, diluído; às vezes, único; mas há algo em comum. Por exemplo, os trabalhadores revolucionários da Rússia de 1917 tinham como seu alvo os czares e tudo o que aquilo representava. Por isso, czares e czarinas, e seus afins, foram liquidados, tornaram-se alvos. Cá, de volta ao Século XXI, temos uma "era de futuro", impregnado pelo desenvolvimento da tecnologia. E qual é o inimigo do futuro? Sim, o passado. Então, há de se liquidar tudo o que representa esse passado em detrimento da tecnologia. Não defendo, evidente, que coisas obsoletas sejam mantidas funcionando apenas por representarem alguma tradição. Mas, de certo, se há o ocaso do passado, e tudo o que vem de lá, existe também um acaso do futuro. Destruir tudo apenas por conveniência de algo que está por vir é o equivalente a não construir nada porque fere o que já foi.

EU ODEIO... zé sandalha que dança chorinho como se estivesse dançando forró na Noite da Seresta (a sugestão é o meu cunhado, Alemão)


"Like a virgin" (Madonna)