sábado, 10 de janeiro de 2009

Lula lá não lê jornais

Acompanhei, primeiro a distância, depois mais de perto, a "polêmica" sobre o hábito do presidente Luis Inácio Lula da Silva, que não lê jornais ou revistas, nem assiste telejornais, para se informar. Eu realmente acho exagero exigir do presidente da República uma leitura atenta e diária da imprensa, como se isso realmente fosse fazer a diferença em suas decisões. Clippings, assessorias e assessores estão aí justamente para isso, e não só para o presidente, mas governadores e prefeitos. O "não hábito", porém, virou polêmica porque desde que entrou na Presidência, Lula é visto como alguém desprovido de lirismo, como uma espécie de Homer Tupiniquim, do tipo que é meio bobão, mas carismático (e, por isso mesmo, seria bobão). Só que ao ler na íntegra a entrevista que o presidente concedeu a Mario Sergio Conti, autor da reportagem na revista piauí, onde Lula confessou seu hábito, é possível ter uma visão de um Lula conhecedor da imprensa, e dos seus meandros, tanto para o bem quanto para o mal. Principalmente quando diz "o fato tem que ser a razão da imprensa de existir". Parece óbvio, mas não é, necessariamente. As ponderações que o presidente fez acerca da dificuldade da imprensa no geral em se corrigir, ou ainda, se desculpar, são todas cabíveis e precisam ser digeridas sem rancor. Gostemos ou não, se existe uma qualidade que a imprensa não tem é humildade em aceitar que errou e ser justo para se desculpar.

EU ODEIO... exotéricos.


“A religião é vista pelas pessoas comuns como verdadeira, pelos inteligentes como falsa, e pelos governantes como útil”.(Seneca)

domingo, 4 de janeiro de 2009

Crise, credo!

É inevitável e, por isso, é chavão, lugar comum, enfim. Ano novo, e não falar da crise financeira global é como esquecer de cumprimentar o anfitrião em sua própria casa. Por todos os lados, mídias, impressa ou eletrônica, a crise está como assunto que ficou de 2008 e que continuará em 2009. A crise financeira tornou-se, só ela, em praticamente o que ficará deste ano que passou. O que é, sem dúvida, um tremendo exageiro. Mas não é a crise financeira que me preocupa em 2009. Sinceramente, está em baixa nas minhas prioridades. Embora na minha lista, ganhar dinheiro esteja no Top 5, a crise está lá embaixo, como algo relevante. Não que seja estúpido em não entender os dedobramentos dessa coisa toda sobre as nossas cabeças e bolsos, mas é que essa crise, embora seja inédita do ponto de vista da magnitude, é mais uma crise que, creio, em 10 anos será apenas objeto de monografias mundo afora. Creio piamente que a crise, uma hora ou outra, de um jeito ou outro, passará. Mas há coisas que estão aí e que não são tidas como crises porque não são instabilidades, e sim uma normalidade, estúpida, mas uma normalidade. E é isso o que realmente me preocupa para 2009. A normalidade estúpida. As besteiras ditas como regras, verdades, sem fundo de investigação, informação e definidas a partir de conceitos preguiçosos sobre o homem. Essa crise vai além, é a crise da curiosidade, da vontade de aprender, isso sim é crise, vá saber quando passará. A crise financeira poderia contribuir para ela passar. Mesmo que dure anos, não será suficiente para tirar a estupidez humana da crise.


EU ODEIO... assistir televisão entre o Natal e as voltas às aulas.



"Mardita mijada" (Ariosto, personagem do livro O Velho Bagaço, depois de perder uma fazenda em uma partida de pôquer. Detalhe: ele ficou sabendo dela, da partida, quando foi dar uma mijada num simples hotel do interior paulista)