quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O papa é pop, porra (digo, pô)

Vi uma frase de Victor Hugo em que dizia algo em torno da liberdade. Na filosofia, uma coisa; no direito, outra; na política, outra. Enfim, não lembro de cabeça -- aliás, no máximo, decoro letras de músicas, quando decoro melodias; poesias e frases, sou péssimo. Mas fato é que, liberdade, em qualquer esfera sempre será nobre. Liberdade, afinal, é tudo o que o ser humano busca desde que entendeu que era preciso ter liberdade para fazer as coisas. Liberdade para ir, vir, pensar, amar, criar, vender, comprar... ah, liberdade, abre as asas sobre nós! Vivemos, pois, num mundo que procura a liberdade nos picos dos montes, nos mais profundos oceanos; dentro de nós mesmo e em qualquer outra pieguice que se valha. Liberdade, ao invés do que se pensa, não é expansão, é limite. Ela sempre começa estreita e depois vai se alargando; não o contrário. Porque ela simplesmente não existe se não há parâmetros sobre prisão; confabulando com Euclides da Cunha -- perdoem-me os deuses da gramática -- o liberto é, antes de tudo, um ex-prisioneiro. Daí, vem o caso de que para ser um liberto minimamente qualificado é preciso ter passado por uma prisão também minimamente qualificada; sem exorcismos, sem que a violência detrás das grades nos deixe rebeldes ou mórbidos. Prisão violenta vira trauma. Mas a liberdade, pura e simplesmente, virou bandeira. Bandeira pop, inclusive. Dos clipes em que os cabelos soltos, libertos, movem-se aos ventos, as danças movem os corpos juvenis e as cinturas ninfas. A liberdade vem embrulhada em discos (em downloads), roupas rasgadas, cores vibrantes, correntes, piercings, atitudes infantis. Ela vem unânime, sem nada que a conteste; sob as vestes do we don't need no education. E quando ela chega, a falta de referência da prisão cega; e a liberdade, acima de tudo e todos, é a única vetora das emoções. Daí, que todos libertos, sem prisões para quebrar; ficam presos novamente. Presos na liberdade.

EU ODEIO... palestras de motivação.

"Quem não é capaz de ser pobre, não é capaz de ser livre." (Victor Hugo. Na verdade, tentei encontrar a frase que esqueci; mas essa aí foi demais, adorei, me sinto cada vez mais livre)

Um comentário:

Anônimo disse...

Ahh sempre procurarei ser livre, mas adoro estar presa por vocÊ. Por puro gosto, opção e afinidade.

Imagem de liberdade: motoqueiro em sua Harley pela estrada. IPIAÊ