Na minha mania de inventar estratégias e objetivos pessoais, tenho comigo o desejo de assistir todos (ou a maioria, para ser menos pretensioso) dos filmes clássicos, com base na revista Bravo, que em dezembro publicou uma lista de pérolas da sétima arte. Já assisti alguns, como 2001: Um Odisséia no Espaço, Casablanca, A primeira noite de um homem e O Poderoso Chefão. Esse último, vi a triologia. É, sem dúvida, um filme magnífico e mostra o que se pode chamar de excelência. Francis Ford Coppolla soube captar um momento peculiar das mudanças sociais e comportamentais, a partir da ascensão, métodos e dificuldades da máfia Siciliana instalada nos Estados Unidos desde os remotos anos 1920.
O Poderoso Chefão é uma aula de cinema. É um desses asteróides que passam de tempos em tempos para que nos tornemos a entender como chegamos aqui, e o que aconteceu no período em que estávamos cegos. É um filme que nos tira do obscurantismo secular. Ele nos contribui para redefinir o norte dos nossos sonhos e readequa a coragem de nossas condutas. Não é à toa que a produção que traz os novatos Al Pacino e Robert De Niro, além do mito Marlon Brando, está em segundo lugar na lista da revista Bravo. Perde apenas para Cidadão Kane.
Um fato que me chamou a atenção é o posicionamento da mulher. No período Don Vito Corleone, o primeiro chefão, o papel da sua esposa era de uma mama italiana, que sabe dos seus limites em relação à ocupação do marido. Muda e calada, não exerce papel pró-ativo. Já a esposa de Michael Corleone tem outra postura. Rompe o seu relacionamento por entender que os negócios do marido colocam em risco os seus filhos e a si própria -- e ela tinha razão. Em nenhum momento, porém, o diretor mostra Kay, a esposa, indo a uma manifestação pelos direitos da mulher. A mudança comportamental apenas acontece, e fica implícito que a máfia Siciliana, embora poderosa, já mostra desgaste em acompanhar as metaforses da sociedade. Este aspecto da mulher é sútil. E determinante.
O Poderoso Chefão me deixou em transe. Como vivi até hoje sem ter compreendido esta obra...
Bênção, Don Corleone.
Erich
"Vou lher fazer uma proposta irrecusável" (Vito Corleone)
domingo, 17 de fevereiro de 2008
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