segunda-feira, 28 de julho de 2008

Odiário - Missão Chile, A Volta ao Brasil (e dos Acentos)

Eu sou um fanfarrão. Um muleque quase. Não mereço esse uniforme que uso. Esse meu Odiário não respeitou nada, nem dias, nem cronologias de viagem, nada. Só respeitou a coisa mais importante do mundo, para mim, obviamente, a minha vontade. Por isso, de 10 dias de viagem, só foram três edições em terras estrangeiras e essa, mais uma e a última, escrita em terras brasileiras. Mas enfim. Como diria alguém, enfim, não é o fim, mas o começo. Ou... recomeço. Hoje, nesta segunda-feira moribunda que teve como principal notícia a internação obscura da Amy Winehouse, voltei ao meu trabalho surrado, suado, sagrado... safado!

Confesso que ainda não consegui digerir totalmente a viagem ao Chile. Toda vez que viajo, fico alguns dias fora, parece que voltei e as coisas mudaram, mas é óbvio que mudou foi a minha percepção. Não sei se foi o tempinho longe, 10 dias apenas, ou a distância, algo em torno de 3.500 km, mas é fato que, por enquanto, consigo ver as mesmas coisas de outras formas, com outro espírito, com outra inspiração. Mas conhecer Santiago e o Deserto do Atacama, embora não tenha sido uma aventura lá muito impossível, tudo isso veio num momento especial para mim, um momento de crescimento e maturidade.

Quando se está no deserto, ou mesmo em lugares em que a cidade não tomou todos os cantos, é possível ver o início da civilização na palma da mão, tocá-la, senti-la, cheira-la, degustar as suas dificuldades, perceber que a distância que estabelecemos com a natureza, não a fauna ou a flora, mas a nossa própria natureza, nos faz perder o pé da capacidade de nos elevarmos diante das dificuldades e diantes dos nossos desejos; das nossas vontades.

Uma viagem sempre revigora as baterias. Sempre nos dá fôlego para respirar mais forte e conseguir descer ainda mais no Oceano, dar um mergulho ainda mais intenso. Sinto isso nesse momento. E tudo o que aconteceu em 10 dias será digerido em meses, talvez anos. Por enquanto, só fico com essa vontade, com esse tesão, que me deixa elétrico, pronto para mais uma.

Até!!!


Erich




"Fomos num pico de neve, na praia ao lado do Pacífico e, agora, no deserto. Puts, é a natureza ao extremo" (Flávia Dias de Aguiar, numa de suas filosofadas)

Um comentário:

Anônimo disse...

oi nem tinha visto, que vc escreveu isso, dignissimo. e o peru que nos espere porque o mundo vai ficar pequeno para nois dois. amo-te um tanto como a ditancia do rio nilo.